sábado, 29 de novembro de 2014

Preços promocionais vão até hoje, 30/11

Pré-visualização  de Espelho Opaco de Narciso, disponível no site da Editora.



Saboreie as primeiras 18 páginas de meu mais recente livro.

Copie no link abaixo, cole no navegador e leia um trecho:

https://www.clubedeautores.com.br/book/176664--ESPELHO_OPACO_DE_NARCISO#.VHp6sjHF8cA


MUSIKANDO




DEUSAS DO ÉBANO



sexta-feira, 28 de novembro de 2014


Promoção até dia 30/11

 Black Friday no Clube de Autores

Nosso livro em promoção

























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Esse povo precisa ouvir Racionais


Tá na área o mais novo cd do grupo de rap paulistano Racionais MC’s – Cores e Valores, o 8º da carreira. Gravado no Quad Recording  Studios e mixado no Brevery Recordind Studio, Nova Iorque (EUA) foi lançado após um intervalo de 14 anos. O anterior foi o Nada como um dia após o outro (Coisa Nostra, 2002).


Do ponto de vista melódico e de arranjos sobressai a faixa 11, O Mau e o Bem (de Ice Blue e Don Pixote), a letra de Quanto vale o show?, faixa 13 (de Mano Brown), uma viagem pela década de 1980, remonta aos bons tempos de Racionais. 

É de lamentar as faixas breves como se fossem vinhetas, por exemplo, as faixas 3 e 4 têm 37 e 24 segundos, respectivamente. Tanto tempo sem lançar um álbum - os primeiros trabalhos fonográficos do quarteto tinham poucas músicas, porém mais extensas, ansiava-se por mais. A faixa mais longa é a já citada O Mau e o Bem com 4:59. O tempo de fruição do disco é tão rápido que você duvida já ter tocado as 15 faixas do cd.

Sobre o estilo dos Racionais, é isso mesmo, música engajada com a denúncia social com o vocabulário da periferia. Porta-vozes dos oprimidos. 

O tom de indignação na voz dos intérpretes, vejo como mais um elemento identitário caracterizando o teor reivindicatório/ denunciatório da proposta musical do grupo.



Pensando bem, num cenário que tende a se homogeneizar pela égide da indústria cultural de massa que visa só o entretenimento, como é o panorama musical brasileiro na atualidade, é salutar essa diversidade.

É bom termos Racionais.

Esse povo precisa ouvir Racionais!

No link do youtube confiram a faixa 11, o Mau e o Bem:

https://www.youtube.com/watch?v=1CoNBU8xvQU


SAIU DO PRELO: Meu primeiro livro de poesia ESPELHO OPACO DE NARCISO


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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

DIREITOS IGUAIS! QUEREMOS O DIA DA CONSCIÊNCIA BRANCA

Chega a ser ridículo alguns questionamentos sobre o porque não se ter um Dia da Consciência Branca. Não há razões plausíveis para uma CONSCIENTIZAÇÃO branca. O mito das 3 Raças, onde brancos-índios-negros ergueram o país é mais uma falácia (dobradiças simbólicas para amortecer atritos sociais).

O tratamento desigual racial que privilegia o elemento europeizado, por ironia, se consolidou no mesmo documento que fundou o mito das 3 raças. O berço desse mito foi no Instituto Histórico-Geográfico do Brasil, fundado em 1838, sob a influência da escola historiográfica alemã, cujo um dos ícones é Friedrich Hegel (o mesmo que afirmou que a África não era interessante do ponto de vista histórico). O IHGB realizou um concurso sobre a tarefa do historiador que fosse redigir a história brasileira. O vencedor foi o alemão Von Martius, cuja monografia “Como se deve escrever a história do Brasil”, publicada em 1845, listava entre os itens que norteariam a confecção da história oficial do Brasil uma ênfase nas três raças, dando predominância ao português, aquele que imprimiu suas marcas de moralidade no país. 

Coube a realização dessa história a Francisco Adolpho de Varnhagen, considerado então o fundador da historiografia nacional com a publicação de História Geral do Brasil entre 1854 e 1857 o que influenciaria os manuais escolares e livros didáticos, chegando até os dias atuais. Nos Livros de História, o índio aparece quando a Esquadra se Cabral atraca e depois some das páginas. Com negros o processo se repete, aparecem no período que trata da Escravidão, com aquelas ilustrações do Debret retratando-os em situações degradantes, tudo muito educativo para a construção da autoestima de alunos negros e alteridade dos alunos não-negros, e desaparecem da História. 


Um dos principais romancistas da atualidade, Alberto Mussa aponta para um costume que naturaliza o elemento de aspecto fisionômico europeu num recurso chamado em Linguística, antigamente, de ‘elemento marcado’, aquilo que “tinha que ser dito”, caso contrário, julga-se outra coisa. A naturalização da branquitude induz, por exemplo, que todo personagem histórico é branco, quando surge um elemento negro, o que é uma excepcionalidade.  ele dever ser marcado, tipificado, senão, se presumirá que se trata de um personagem histórico branco. O adjetivo ‘negro’ aparece quando se fala de Aleijadinho, José do Patrocínio e de João Cândido,mas o ‘branco’ é dispensável quando se fala de José Bonifácio, Castro Alves ou Carlos Chagas. Zumbi é apresentado como líder negro da Revolta de Palmares e Tiradentes apenas como o líder da Inconfidência Mineira. Sem se falar quando se nega a condição de negro a sujeitos históricos como o engenheiro André Rebouças, a compositora Chiquinha Gonzaga e o escritor Machado de Assis, apresentados com o termo difuso ‘mestiço’, como uma espécie de eufemismo. O termo ‘negro’ é discriminado (nas duas acepções) e passa a ser usado como um marca-texto.

Mussa ressalta que em nossa literatura também opera essa obrigatoriedade de se aludir à característica étnica quando o sujeito da narrativa é negro, efeitos da naturalização da branquitude na psique do brasileiro. Mussa cita: “pegue os grandes autores: José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa. Os melhores. Você vai ver neles esse procedimento. É o personagem Fulano, o Sicrano e, na hora que aparece o preto, é o “preto Alguém”. E dali a pouco, esquece-se o nome do personagem e ele passa a ser só o “o preto”, ou “o mulato”. Não é possível. A gente tem que encontrar outra forma de tratar disso”.

Reflexos da cultura hegemônica eurocêntrica.

O texto abaixo fechamos nossos apontamentos sobre o tema.

MAS PRA QUÊ CONSCIÊNCIA NEGRA?


Imagine-se chegando de viagem numa grande cidade a noite. Após deixar o avião, toma um táxi e ruma para um hotel. Um luxuoso hotel. Chegando ao referido estabelecimento você fica sabendo que há leitos disponíveis, porém não permitirão a sua entrada.  Razão: a cor de sua pele.

Foi o que ocorreu com duas mulheres negras em 1951, barradas numa noite fria de junho por funcionários de um hotel paulistano. Só que a coisa fedeu, as vítimas eram duas cidadãs estadunidenses: a soprano Marian Anderson, famosa cantora e militante pelos direitos dos negros nos Estados Unidos e a renomada bailarina, coreógrafa e etnógrafa Katherine Dunham, considerada a “mãe” da dança moderna, mais tarde, mentora de Mercedes Batista, a pioneira da dança afro no Brasil. Chamaram a autoridade policial. Nada se pôde fazer. Não havia lei que punisse discriminação racial no país. Why? Como assim? Oh my God! O país com maior população negra fora da África não tinha uma legislação sobre agressões raciais?

E o assunto deu pano pra manga. O estardalhaço das artistas afro-americanas, repercutiu lá fora, causou um mal estar diplomático e no mês seguinte, a toque de caixa o deputado mineiro Afonso Arinos, da UDN (União Democrática Nacional), apresentou, mais por motivações políticas do que questões humanitárias, um projeto de lei que incluía ofensas de ordem racial entre as contravenções penais sendo promulgada em 03 de julho de 1951 por Getúlio Vargas (o mesmo a quem Arinos pediria a renúncia num duro pronunciamento, duas semanas antes do fatídico suicídio no Catete).

A primeira lei de combate ao racismo no Brasil – aprovada mais de meio século após a abolição, acabou levando o nome de um político conservador, pouco alinhado com o clamor dos movimentos sociais. Embora já imortalizado por causa da tal lei, o também escritor Afonso Arinos, sete anos depois, em 1958, vestiria a farda de imortal da ABL.

Porque nada foi feito antes sobre a questão do racismo recorrente no país. Por que foi preciso que negros norte-americanos, já calejados com essas situações segregativas e excludentes, sofressem numa noite, o que brasileiros sofriam no dia-a-dia por séculos. A resposta a essas perguntas é a mesma. Faltava ao negro brasileiro um ingrediente: CONSCIENTIZAÇÃO.

É claro que muitos negros bradavam contra opressão racial cotidiana no Brasil. E isso, bem antes da Lei Áurea. As autoridades tratavam com mais discriminação quem as procurasse. A mídia não dava voz a essa camada da população e o discurso espúrio de ‘é apenas impressão de sua parte, no Brasil não há racismo’ era a amordaça oferecida. A Lei Afonso Arinos só foi sancionada por causa da visibilidade internacional do ocorrido, mais como um amparo legal contra os ‘esporádicos’ casos de agressão racial, tratados sempre como casos isolados.

Chamamos a atenção para a postura de Duhan e Anderson, encarando como inadmissível aquela ocorrência. Pelo fato de não lerem em português, acaso o táxi passasse pelas ruas do Bixiga, região central de São Paulo, não perceberiam os cartazes em muito sobrados com dizeres: ALUGA-SE QUARTOS, MENOS PARA PRETOS, ou VAGAS PARA EMPREGO – PESSOAS BEM AFEIÇOADAS, (sabemos do teor racista dos critérios dessa boa feição) placas dessa natureza podiam ser vistas até o início dos anos de 1980.

Foi erguida toda uma estrutura para que o negro não tivesse CONSCIÊNCIA de sua condição adversa. E de seu valor, de seu poder, daí as campanhas contínuas com respaldo do Governo de depreciação de tudo aquilo que caracterize o negro e suas origens, demonizando e inferiorizando todos os aspectos culturais identitários, desde os Códigos de Conduta do Brasil Império, até os meados do século XX. Sim, existe a pertinência de se ter uma data para celebrar a CONSCIÊNCIA negra no Brasil.

Nessa semana, como em anos anteriores, espocaram via internet nas redes antissociais, os mesmos comentários questionando do porquê de haver dia e a Semana e o Mês da CONSCIÊNCIA negra.

‘Ah, seria melhor Dia da Consciência Humana’

‘Se fosse Dia da Consciência Branca seria racismo’

‘Consciência Negra é todos os dias’

Essa última repetida por alguns setores do Movimento Negro (muitos ainda se enganam e encaram as movimentações coletivas como grupos homogêneos). Nessas frases acima se verifica o temor de uma segregação (o mesmo temor dos anti-cotistas e de setores conservadores da sociedade, nos idos de 1950, se rebelando contra a Lei Afonso Arinos e seus desdobramentos). 


Nos dias correntes há uma ala conservadora que levanta o mesmo argumento a cerca da Lei que instituiu a obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura da África e afro-brasileira em todas escolas, como a reivindicação estapafúrdia de se querer o ensino da História da Itália, da Alemanha, do Líbano e do Japão, pois imigrantes desses países deram seu contributo no mosaico cultural brasileiro. Reações contrárias em jornais influentes e em pronunciamentos no Congresso acompanham toda e qualquer, e mínima conquista da população negra. Desde a Lei do Ventre Livre até os recentes Editais para Produção Cultural do Ministério da Cultura, passando por leis como a descriminalização do candomblé, de autoria do deputado Jorge Amado, pelo Partido Comunista ou a Lei Caó, que retirava a injúria racial do patamar de simples contravenção e a elevava a crime inafiançável e imprescritível e as Políticas de Ações Afirmativas.

 O que mais impressiona é a permanência do discurso que se repete ‘os negros querem regalias’, ‘há assuntos mais sérios para debater’, ‘os negros adoram o papel de vítimas’, ‘isso irá dividir o país’, e a melhor: ‘mas, isso fere a Constituição’, que pregava que todos os brasileiros eram iguais, argumento esquecido quando se legislava para restringir os direitos dos mesmos negros.

Esses comentários engraçadinhos sobre o feriado da Consciência Negra (brasileiro é o povo que mais adora feriado, e se puder enforcar um dia a mais, prolongando o fim de semana, melhor ainda, curiosamente, reclama por mais um feriado - o único que gera reclamação) revelam um desconhecimento das razões de se arrogar no Brasil uma CONSCIENTIZAÇÃO dos negros, induzidos por muito tempo a alienação e negação, muitas vezes em níveis inconscientes e subliminares, dos elementos de sua identidade. 

Ignoram também que num país multicultural, formado por diferentes grupos étnicos, cada qual tem suas especificidades, cada qual tem a sua demanda e cada qual tem o seu percurso. E é conhecendo o percurso histórico da condição do negro e descendente no tecido social brasileira é que se poderá se expressar com razoabilidade, fugindo das escaramuças do senso comum que reproduz teoremas dos achólogos de cátedra.

Muitos os fazem sem maldade, vejo pessoas de bem e instruídas, mães e pais de família que sem perceber estão introjetando aos jovens filhos, que a tudo, acompanham, valores deturpados, fomentadores de intolerância. Muitos desses bons cidadãos (se expressar é um ato de cidadania) não tiveram a chance de estudar a História e a Cultura afro-brasileira e desconhecem os mecanismos adotados pela nossa sociedade para ‘embraquecer’ a face negra do Brasil, embalada pelo mito da harmonia racial, enaltecendo a mistura de raças e policromia do povo brasileiro (mistura que não se dava e nunca se deu nos altos escalões do poder, não interditados aos com feições caucasianas).



Talvez por viverem num país onde a tensão racial é explícita, Marian Anderson e Katherine Dunham estavam conscientes dos mecanismos acionados pela exclusão racial. Talvez por isso tenha causado estranheza ao ator Morgan Freeman (justo ele que tem como nome  o epíteto  Freeman/ homem livre, dado nos Estados Unidos a escravos libertos, o correspondente ao nosso preto forro) a pergunta sobre o Mês da CONSCIÊNCIA Negra. Para um negro americano isso não tem cabimento. Pra quê celebrar, pra quê datar algo que já está arraigado organicamente no interior de cada negro. Eles vivem dia a dia, desde o berço, a CONSCIÊNCIA negra.
  
 Sim, o Dia da CONSCIÊNCIA  NEGRA é uma conquista.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O cineasta Shelton Jackson, mais conhecido como Spike Lee e os Racionais MC's



SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA



'Olha nosso povo aí
Conjugando no presente
O verbo RESISTIR'

O NOSSO NOME: RESISTÊNCIA!


Zé Luiz do Império, Sereno e Nei Lopes


sábado, 8 de novembro de 2014

Essa tese dá samba. VOTEM


A tese de doutorado de Juliana Barbosa (Nelson Sargento e a cultura do samba: aspectos da criação artística) é finalista no Prêmio Edison Carneiro, na categoria Melhor Tese de Samba e Carnaval. Agora é a fase de recomendação popular. 

Para dar o seu voto, acesse o link abaixo, clique em "Gosto" e depois em "Partilhar".

 Seu comentário também é bem-vindo!

 http://www.portaldocarnaval.net/premio/resultado/tese/149-juliana-barbosa.html


terça-feira, 4 de novembro de 2014

SUJOS CORAÇÕES

Ainda meditando sobre a deplorável reação de alguns setores de nossa sociedade após o segundo turno das eleições presidenciais colocando o povo do Nordeste como a caixa de pandora social do Brasil.

 Em época de insatisfação coletiva, a História nos diz, mormente, núcleos reacionários elegem grupos para responsabilizar pelas mazelas sociais num processo de percepção seletiva, coletiva, de auto-absolvição, modus operandis caro as setores da ultra-direita, como recente onda xenófoba na França mirando árabes e africanos, nos Estados Unidos, contra árabes e latinos e o exemplo mais singular e lamentável, dos nazistas e os judeus.

 Falando em nazismo, lembramos da 2ª Grande Guerra e do livro-reportagem de Fernando Morais (Corações Sujos) que por coincidência passará agora, às 22H no Canal Brasil a adaptação cinematográfica do livro, segue um trecho da página 54:


"(...) Por razões que os imigrantes japoneses não conseguiam entender, tinha virado mania em São Paulo atribuir a eles a culpa por todas as privações que a guerra estava impondo aos brasileiros. Quando começou o racionamento de alimentos, por exemplo, os jornais jogaram a culpa nos japoneses (...) Só faltava eles serem responsabilizados pelo torpedeamento dos navios brasileiros feito por submarinos alemães. Mas nem isso tardaria a acontecer"

Como diria Guimarães Rosa em 'Sagarana': os tempos se seguem e parafraseiam-se.