terça-feira, 30 de setembro de 2014

A Bíblia, Questão de Gênero e a Intolerância

Penso que usar a Bíblia (e toda a sua ambiguidade) para negar direitos civis a casais homoafetivos reproduz a mesma postura dogmática medieval que interditava às mulheres de partilharem dos mesmos direitos usufruidos pelos homens, amparando o discurso excludente em premissas bíblicas, indo da narrativa mítica do Jardim do Éden, no Velho Testamento à passagem da Mulher Adúltera do Novo Testamento.

UMA IMAGEM DIZ MAIS QUE MIL PALAVRAS


sábado, 27 de setembro de 2014

VOTE CONSCIENTE: Comunidade Carente, Zeca Pagodinho


Eu moro numa comunidade carente
Lá ninguém liga pra gente
Nós vivemos muito mal
Mas esse ano nós estamos reunidos
Se algum candidato atrevido
For fazer promessa vai levar um pau

Vai levar um pau
Pra deixar de caô e ser mais solidário
Nós somos carentes, não somos otários
Pra ouvir blablablá em cada eleição
Nós já preparamos vara de marmelo e arame farpado
Cipó-camarão para dar no safado
Que for pedir voto na jurisdição
É que a galera já não tem mais saco
Pra aturar pilantra
Estamos com eles até a garganta
Aguarde pra ver a nossa reação

AUTORIA: Marquinho Diniz, Luiz Grande e Barbeirinho do Jacarezinho

https://www.youtube.com/watch?v=aD2nxYJilsg


Salve Cosme e Damião


'Vinte e sete de setembro
Eu sempre me lembro
Não esqueço de dar
Cocada, paçoca, suspiro, pipoca,
Bolo, bala, bola, cuscuz e manjar'

FALANGE DO ERÊ

(Aluisio Machado, Jorge Carioca e Arlindo Cruz)


























https://www.youtube.com/watch?v=T2KGiLc0ETY

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

PÁGINAS DO BRASIL: O Pagador de Promessas

"Devem ser, aproximadamente, quatro e meia da manhã. Tanto a igreja como a vendola estão com as suas portas cerradas. Vem de longe o som dos atabaques dum candomblé distante, no toque de Iansã. Decorrem alguns segundos até que Zé-do-Burro surja, pela rua da direita, carregando nas costas uma enorme e pesada cruz de madeira. A passos lentos, cansados, entra na praça, seguido de Rosa, sua mulher (...) Zé-do-Burro vai até o centro da praça e aí pousa a sua cruz, equilibrando-a na base e num dos braços, como um cavalete. Está exausto. Enxuga o suor da testa".

O PAGADOR DE PROMESSAS - Dias Gomes


sábado, 13 de setembro de 2014

Legbaraiá ô!

Chega aos cinemas agora em setembro o filme 'Rio de Janeiro, Eu Te Amo', uma sequência de curtas-metragens ambientados na Cidade Maravilhosa, dirigidos por vários diretores, entre brasileiros e estrangeiros, e um grande elenco. Inevitável não lembrar da polêmica envolvendo a  Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, na pessoa do Cardeal Dom Orani Tempesta e o cineasta José Padilha (Tropa d Elite I e II, Robocop) diretor  de  'Inútil Paisagem' que traz o ator Wagner Moura como um instrutor de asa-deltas que num sobrevoo pela a Pedra Bonita medita sobre questões existenciais e desabafa com o Cristo Redentor, ato que foi considerado desrespeitoso pelos religiosos, ameaçando proibir o uso da imagem da estátua.

O que na sequência me levou a lembrar de outro episódio sobre os paradoxos e ambiguidades do Estado laico brasileiro e a sua relação com a Igreja Católica envolvendo a estátua do Cristo Redentor, dicotomicamente, monumento turístico, simbolo nacional, elemento da identidade carioca e imagem sacro-religiosa, no que diz respeito a proibição da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis desfilar com uma alegoria em seu carro abre-alas que reproduzia o monumento carioca, no carnaval de 1989.

O enredo desse carnaval foi o sugestivo 'Ratos e Urubus larguem a minha fantasia'


O atrito entre Estado e Igreja envolvendo a estátua do Cristo se deve pelo fato do monumento ter sido erguido numa área cedida pela União à  Arquidiocese do Rio , nos anos 1930. O acesso ao Redentor é feito através  do Parque Nacional da Tijuca, propriedade do Governo Federal. No caso do filme o Ministério da Cultura interveio e a Igreja Católica recuou e autorizou o uso da imagem.

Essa ingerência de setores ligados a grupos religiosos em manifestações artísticas tem retroalimentado o debate sobre a laicidade no Estado brasileiro.

A Beija-Flor que conquistou muitos títulos do carnaval carioca ultimamente, tem no desfile de 1989, o qual ela não se sagrou campeã, como um dos momentos mais marcantes de sua vivência no universo do samba.

Quando a escola de Nilópolis adentrou na avenida na manhã daquela terça-feira, 06 de fevereiro, o última vez que teria Pinah como  sua passista-destaque,  o público não podia imaginar o que estava por vir ( e faltava ainda o desfile da Império Serrano com um enredo sobre Jorge Amado, o primeiro samba de Arlindo Cruz na passarela). Querendo responder aos que lhe criticavam por sua estética suntuosa, com carros alegóricos colossais e fantasias exuberantes, no sentido de sua frase lapidar: 'quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta é de luxo', o carnavalesco Joãosinho Trinta e o seu 'do lixo ao luxo' encantou a plateia atônita com as alas de mendigos que invadiam a Marquês de Sapucaí. Nunca é de mais lembrar que o público estava ainda extasiado com o desfile da União da Ilha no dia anterior, na ressaca de um verdadeiro 'porre de felicidade que sacudiu  e zuou toda a cidade', versos inesquecíveis de Franco Lattari, um dos maiorais do samba de enredo da década de 80, autor de sete sambas enredos da agremiação insulana. Bujão e J. Brito também assinaram esse samba, cujo enredo era Festa Profana.




 Naquela segunda-feira, a Beija-Flor sucedia as coirmãs Portela, Unidos da Tijuca, São Clemente, Estácio de Sá, Unidos de Vila Isabel (que defendia o título) e a Imperatriz Leopoldinense que se sagraria campeã, numa apuração tete a tete com a mesma Beija-Flor. O enredo da alviverde de Ramos foi o seu antológico "Liberdade!Liberdade! Abre as asas sobre nós', que recentemente se tornou o primeiro samba de enredo a ser tema de abertura de uma a novela. 'Lado a Lado' da Globo.

Os excelsos representantes da Madre Igreja não admitiriam a associação da imagem do Cristo Redentor a uma festa mundana e libidinosa. "Carnaval, festa da carne!" diriam talvez, ecoando no silêncio das sacristias e esqueciam que o simpático Karol Wojtila, o Papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil, em 1980 lamentou o fato de não poder assistir a um desfile de escola de samba.

O chamado Cristo Mendigo, veio para a avenida coberto por um enorme plástico com os dizeres em letras garrafais 'MESMO PROIBIDO, OLHAI POR NÓS', iniciativa do diretor de carnaval  Laíla, e não do carnavalesco Joãosinho Trinta, como muita gente crê.

Mas o que mais me chamou a atenção nisso tudo, não foi a pendenga com o filme do Padilha, nem a implicância diocesana com o carnaval nilopolitano. E sim foi a justificativa do jurado de samba-enredo João Máximo, jornalista e crítico musical, que retirou o título merecidíssmo à Beija-Flor; ela e a Imperatriz Leopoldinense terminaram a apuração empatadas, ambas com 210 pontos e o quesito de desempate era o samba de enredo. A Imperatriz obteve 30 (dez barra dez) e a Beija 29, perdeu 1 ponto porque o citado jurado considerou que o refrão Legbara ô/ ô ô ô/ Legba ô Legabará/ laiá laiá, não tinha relação com o tema proposto, sem saber que os versos aludem a Exú, o donos das encruzilhadas, protetor do povo das ruas, também chamado de Legba, Legbara, Elegbara e Eleguara, tudo haver com o enredo, demonstrando o descompasso entre a cultura popular e os saberes afro-brasileiros e o pensamento elitista dos intelectuais que passou a dominar a festa popular (e eminentemente negra) que é o Carnaval carioca.

O citado jurado, por incrível que pareça, nos idos de 1966, foi um dos autores do livro 'O negro no Brasil', lançado no Festival de Arte Negra, em Gana.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Glória, Eva Angélica

Rabinos se  indignaram com a apropriação de símbolos judaicos como peças decorativas do Templo de Salomão, inaugurado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) . Para ortodoxos o bispo Edir Macedo é um ator e o templo um mero cenário. A Federação Israelita se sentiu 'lisonjeada'

Sábado passado teve início a 31ª Bienal de São Paulo que vai até 7 de dezembro e a grande sensação no Pavilhão do Ibiapuera, foi a exibição do curta Inferno, do israelense Yael Bertana, ficção de 22 minutos que simula a implosão do Templo de Salomon da Universal. O galpão de uma escola de samba no Parque Villa-Lobos, centro de São Paulo, foi usado para as filmagens que custou R$ 1 milhão bancados pela galeria de Nova Iorque Petzel. Veja trechos do filme no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=KiZ6uPimkzE

A Universal tenta reproduzir uma 'Jerusalém' da época do Cristo, criando em suas dependências um ambiente judaico-cristão, querendo talvez dar uma maior legitimidade e autenticidade de suas premissas teológicas em detrimento das demais igrejas de orientação cristã (que não são poucas).


Esquecem, os amados irmãos, que Jesus identificava na suntuosidade do Templo de Salomão (o qual Cristo vaticinou que não sobraria pedra sobre pedra) o símbolo do poder temporal, transitório e iludente dos bens mundanos, tesouros que a traça corrói.


O Cristo preferia a simplicidade das sinagogas do interior da Galileia; preferia pregar em barcos rústicos dos pescadores de Cafarnaum ancorados às margens do mar de Tiberíades; proferia seus Sermões nas montanhas e não nos átrios em mármore e alabastro como nos da Grande Fortaleza em Cesareia de Felipe, tampouco os púlpitos de seda e ouro do Templo, agora reerguido em São Paulo faraonicamente pelo Sumo-Sacerdote Edir Macedo.

Orçado pela bagatela de R$ 680 milhões, numa área construída superior a 500 m². Com a presença da atual Presidente da República, do Governador do Estado e do prefeito da Capital paulista, em sua inauguração em 31/07/2014, a obra não teve o seu projeto de reforma aprovado pela Prefeitura de São Paulo e nem obteve o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.



Vendo tudo isso chego a inevitável conclusão é que quase conseguiram reproduzir fielmente o Templo bíblico.

Esqueceram apenas de um detalhe: no Templo original os vendilhões ficavam do lado de fora!




Vote Consciente





segunda-feira, 8 de setembro de 2014

ARTE POÉTICA: Onde repousa a poesia


Onde repousa a poesia

se ela não cabe na concretude das palavras dispostas

sobre a superfície bidimensional de um gélido papel

tampouco cabe ela no ritmo modulado pela oralidade da voz humana
tão efêmera e fugaz quanto o doce som do farfalhar da brisa tênue nos juncais

Se não é no jogo de grafemas e fonemas, no quebra-cabeça de rimas, métricas e metonímias

Onde ela está então, se o poema é tão-só um traço gráfico

como a partitura é para a música e a aquarela para o bucólico

A poesia repousa na intersubjetividade que conecta poeta-poema-leitor

ou ouvinte, ou amante, ou um maluco que julga ver nas pedras em limo,

no riso do velho na praça, nas luzes da cidade refletida nas lentes dos óculos de alguém,

ou na aranha que tece sua teia em espiral, primazia sutil

RICARDO BISPO

MUSIKANDO










DEUSAS DO ÉBANO: Feeva D.

'Quando ela passa na praça com seu samburá
Pelo chão deixa um chamego que é pra nego escorregar
E na ginga quando se endominga pra ir passear
Deixa branco e nego zonzo
Gemendo nos gonzos e morrendo de amar'

                   Mulata do balaio (Wilson Moreira e Nei Lopes)


Feeva D.

DA COR DO FUTEBOL - TOMO 3

A questão do racismo dentro dos estádios de futebol no Brasil é um tema que debatemos aqui já algum tempo. Como podem conferir nas postagens mais antigas.


Tema em voga com o mais recente caso envolvendo alguns torcedores do Grêmio e o goleiro do Santos FC, Aranha, até por causa da repercussão, como a identificação pela câmeras televisivas de uma torcedora, depois soube-se ser sócia do clube, assim também como a punição por parte do STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) tanto do árbitro e seus auxiliares, quanto da entidade Grêmio de Futebol Porto-alegrense.

E por essa exposição muito tem se falado, muito tem se discutido.

As redes sociais exerceram papel preponderante, dizem até na pena máxima e inédita dada ao clube gaúcho em regime de unanimidade. As mesmas redes sociais onde há pouco mais de dois meses, dia 4/07,  brasileiros (não só gremistas, óbvio) ofendiam com xingamentos racistas o lateral colombiano Zuñiga por ter cometido uma falta desleal em Neymar, tirando o craque da Seleção Canarinho da Copa.

Indo um pouquinho mais longe, no dia 12/06, jogo de abertura da Copa e o gol contra de Marcelo foi o suficiente para espocar em twitters e facebooks injúrias racistas do tipo (só podia ser...) ou (vai cortar esse cabelo de...), onda de ofensas brecadas pelo resultado favorável ao fim do jogo. Que o Brasil perdesse de 1 a 0 logo na estreia com esse gol (que foi mais falha do Oscar por perder a bola num descuido, ou do erro de marcação nas costas do lateral Daniel Alves, do que do próprio Marcelo) e veríamos a face virtual do secular e atávico racismo de nós, brasileiros se manifestar.

Desse caso mais recente dois pontos me chamaram mais a atenção. A postura condescendente do árbitro Wilton Sampaio seguindo a mesma linha adotada comumente pelas autoridades brasileiras nos plantões policiais e nos fóruns judiciais, em casos dessa natureza que tendem a minimizar agressões raciais até pelo caráter subjetivo de muitas delas, (por mais explícitas e contundentes que sejam), o que as torna passíveis de crivos interpretativos.

Compelido pela repercussão do caso na mídia e na internet ele enviou um adendo, cujo teor, acabou por lhe comprometer ainda mais por sua omissão. Não tendo relatado nada na súmula da partida sobre o ocorrido, o árbitro de Goiás enviou à posteriori um adendo para anexar à súmula onde relatava que jogadores do Santos lhe alertaram sobre injúrias racistas dirigidas por torcedores gremistas ao goleiro Aranha.

Se ele foi alertado pelos jogadores dentro de campo, na hora do ocorrido, porque se calou? Ao contrário, imagens captadas e depoimento da vítima confirmam que ele, árbitro repreendeu o ofendido, como se estivesse incitando a torcida rival. Essa postura omissa e conivente é frequente por parte das autoridades, reflexo inconsciente, talvez,  do mito da democracia racial que prega que no Brasil (como se aqui fosse um paraíso idílico, a Terra do Nunca, ou o Fantástico Mundo de Oz) não há preconceitos raciais.

Outro ponto que chamou a atenção foi o discurso de Patrícia Moreira, que a chamaremos, doravante, Patricinha. É flagrante a preocupação dela em se redimir junto ao Grêmio e a de pontuar sua condição de 'não-racista', cá pra nós, o pedido de perdão ao Aranha veio no pacote. E não vem ao caso saber se ela é um ser-humano racista ou não. Ela cometeu um ato de racismo. Pronto. Não há métodos de aferição psicológicos que podem provar isso. Como diria meu avô Vavá Coice-de-burro 'coração e pensamento alheio é terra que ninguém passeia'.

O advogado dela, fazendo o que lhe compete, tenta desqualificar a acusação de injúria racial, com o argumento de que o xingamento 'macaco' em campo de futebol não tem conotação racista e pra piorar compara com a mãe dos juízes, 'louvadas' a cada erro de arbitragem. É piada? É lógico que o xingamento racista foi no intuito de se desestabilizar o adversário. Mas péraê! Xingamento racista é crime! Temos leis nesse país. É vale tudo, é? Daqui a pouco com a  desculpa de querer apenas desconcentrar o adversário vamos liberar os feixes de luz laser, rojões para jogar no gramado, cusparadas em quem for cobrar escanteios. O advogado dela deve conhecer os meandros da Lei 7.437, a Lei Caó, imagino eu.

O ar contrito de Patricinha sinceramente não me convenceu nem despertou comiserações. Soou mais como um gesto de desespero para ver se consegue se safar dessa sinuca-de-bico que entrou, inadvertidamente, por escolha própria. (Querer se eximir de um crime alegando ter 'se deixado levar' pelos demais que também cometiam o mesmo crime, é o mesmo que alguém flagrado depredando uma agência bancária ou saqueando uma loja alegar que não tem culpa, pois fora no embalo dos outros).

Seu choro sem lágrimas revelou mais a angústia de quem se vê exposta por toda essa situação, tendo a imagem correndo o mundo e ainda o peso do complexo de culpa de ver o seu amado e querido Grêmio excluído da competição no qual é o grande especialista, do que um choro oriundo de reflexões pelo seu ato impensado (ou não).

Quando se diz arrependida do que fez, ai, sim acredito. Arrependida por ter perdido o emprego no dia seguinte. Arrependida por ter sido expulsa dos quadros de sócios gremistas. Arrependida por saber que será sempre persona non grata nas dependências do Estádio Olímpico, Arrependida por ter sua vida pessoal e dos familiares revirada de um dia pro outro. Arrependida por ter que agora responder a um constrangedor processo por injúria racial, que para um brasileiro, tão acostumado com o chamado racismo à brasileira, o qual discrimina sutilmente e que quando, porventura, é desvelado, quem se descuidou e revelou seu verdadeiro rosto, é achincalhado nesse imenso Baile de Máscaras que é a sociedade brasileira.

É Patricinha. Infeliz momento aquele que o câmera-man resolveu te focar. Com seu rostinho de figurante da novela Malhação, rostinhos que as tevês adoram buscar durante as transmissões futebolísticas, te flagrou com a boca na botija, de modo que nem foi preciso os especialistas em leitura labial.

Dizer que aquele 'macaco' não foi racismo seu, que foi porque o Grêmio estava perdendo ( é perante revezes e frustrações que as 'máscaras sociais' caem e mostramos quem somos), dizer que foi no calor do jogo lembra as cenas recorrentes no trânsito de nossas cidades, quando um motorista racista leva uma 'fechada' e se certifica que o outro condutor é negro o ofende com xingamentos preconceituosos e depois tenta se justificar na frente das autoridades que foi só no calor da discussão de trânsito.