segunda-feira, 24 de março de 2014

Desde dos tempos idos


Na última semana de Dezembro que passou espocou nas redes sociais a prisão de dois policiais da UPP do Morro de São Carlos, no Estácio, Rio de Janeiro, por roubarem R$ 540,00 de uma mulher, que seria mãe de um traficante local. A cena do roubo em que um dos agentes do Estado enfia a mão no bolso da mulher, surrupiando a quantia, se alastrou em efeito viral na grande rede e serviu de prova inconteste para incriminação dos PM’s.

Veja o vídeo clicando no link abaixo:

Essa inversão de valores, onde agentes públicos que tem como função primordial evitar crimes, cometem-nos, reflexo da sensação de onipotência que vem junto a impostação da autoridade, o que no Brasil equivale ao ‘posso tudo, pois nada me atinge’.

Isso não é coisa de nossa época, não é exclusividade do agora, esses achaques vêm de tempos outros, de um Brasil Império, nas brumas de mil oitocentos e lá vai bolinha, conforme informa o historiador André Rosemberg, pesquisador do Departamento de Sociologia e Antropologia da UNESP, Campus Marília, no livro Chumbo e Festim - Uma História da Polícia Paulista no Sinal do Império.

Charge de Nani

Rosemberg relata o caso, dentre outros, de Amaro José Dias, membro do Corpo Policial Permanente, uma corporação que atuava nos limites estaduais, o que seria a Polícia Militar de hoje, e que, por sua conduta incorrigível fez com que o comandante-geral enviasse um ofício ao presidente da província de São Paulo (o governador dos dias atuais), pedindo para que o soldado Amaro recebesse a baixa da Corporação e ainda sugeria que ele fosse recrutado às Forças Armadas.


O policial era acusado de furtar um cordão de ouro e um relógio. Em sua fé de ofício, uma espécie de ficha pessoal, adicionavam-se casos de embriaguês em serviço, brigas, arruaça no desempenho da função, faltas injustificadas, contrabando de cachaça, insolência e insubordinação.

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