sexta-feira, 14 de março de 2014

A arte poética: NA PALMA DE MINHA MÃO




Tomai a si, oh, quiromante
Espalmada a minha mão
Cada ranhura espiralada
Jaz um verso, uma canção

Minha mão é minha alma
Fiel espelho do meu ser
Velha cigana vá com calma
Belas cousas há de ler

No pergaminho da epiderme
Versos em linha helicoidal
Concretismo biológico
Que resplendor... um recital

Lembra um mapa hidrográfico
Afluentes rumo à foz
Cada linha, cada verso
Em sinuosos caracóis

Konstantin Simonov
E o Catulo da Paixão
Também tem Éle Semog
Na palma de minha mão

Meireles e Kiril Kadiisky
Drummond e Mário Quintana
Domeneck e Leminsky
Recitava a velha gitana

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