domingo, 2 de fevereiro de 2014

ESSA NOITE VAI TER LUA CHEIA

Hoje dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá e me deparei com a foto que posto abaixo de uma campanha publicitária pouco feliz da Dulorem.



Rainha do mar, guardiã da água salgada. Deusa do panteão iorubá. Na mitologia nagô, Filha de Olocum, o Senhor dos Mares, é a grande matriarca do Orum, morada celestial dos Orixás, entes da natureza, cultuados na África Ocidental, onde hoje são a Nigéria e o Benim, além de países com forte influência da Diáspora Negra como Brasil, Cuba onde é chamada de Yemayá, em Trindad-Tobago é Emanjah, na República Dominicana, Agué Toroyo e no Haiti, Maitresse Erzili e Agoué. Vinculada à maternidade Iemanjá zela também pelas faculdades mentais superiores, como a memória, o intelecto e a cognição. O culto a Iemanjá se originou entre o povo Egbá, no centro-oeste do país ioruba, segundo o pesquisador Nei Lopes. 

Um dos orixás mais populares do Brasil (sempre lembrada nas festividades de virada de ano) eternizada em canções, filmes e novelas, é também símbolo do desrespeito e menosprezo com que a cultura negra é tratada no Brasil.



Alvo de um processo de embraquecimento, qual Jesus Cristo concebido um louro, de olhos verdes, a deusa africana é apresentada comumente como uma sereia de traços eurodescendentes, com cabelos lisos, levemente ondulados, pele alva e feições caucasianas. Há quem afirme se não fosse esse embraquecimento a popularidade e aceitação de Iemanjá na sociedade brasileira não seria tão ampla.


A campanha de lingerie da Dulorem apresenta uma Iemanjá branca dessacralizada com um ar sedutor. Seria alusão ao poder de encantamento e irresistível sedução da sereia, entidade folclórica associada à Iemanjá, o que não serve como desculpa para tamanho desrespeito.

Na mesma toada lembro do axé pop de Pepeu Gomes, recentemente regravada e que foi tema de abertura de novela da Rede Globo.

‘Sexy Iemanjá
Tudo haver com o mar
Essa noite vai ter lua cheia’


A Rainha do Mar, Grande Mãe, ocupa o mais alto patamar na hierarquia das deidades iroubanas, acima de outras iabás (orixás femininos) como Oxum, Iansã e Nanã. Iemanjá está para os candomblecistas e umbandistas o que Nossa Senhora está para os católicos. 

Imaginem o bafafá,o deus nos acuda se invés de Iemanjá, expusessem uma santa do catolicismo.

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