A
mais exata demonstração de incivilidade e atraso moral e espiritual, o Racismo,
anomalia psicoafetiva, reverberado, ultimamente, nos cantos e cânticos das
arquibancadas é apenas um eco de um racismo secular, sutil, impronunciado nas
ruas de nossas cidades, no trânsito, nos restaurantes dos grandes chef’s, nas
lojas de carros importados, nas feiras náuticas e congêneres.
Nas
salas de reuniões de grandes executivos, nos salões de formaturas das melhores
universidades públicas.
Na
portaria dos edifícios de luxo, no hall de entrada dos grandes hotéis,
Nas instituições bancárias e financeiras, nos
orfanatos e a fila de crianças para a adoção.
A
voz explicitada da geral dos estádios é a mesma voz, em âmbito privado, implicitamente,
nos rádios comunicadores dos seguranças das redes de hipermercado e das
viaturas do aparelho de segurança pública do Estado.
O
ruído dos grunhidos onomatopaicos imitando o guincho de símios é o mesmo ruído que
corre pelos corredores (na roupagem poética de sofismas) das agências de
publicidade e das agências de emprego.
Comum
ao fenômeno chamado comportamento de massa, onde a individualidade se dilui num
todo e o individuo se oculta e se integra a um coletivo, a demonstração
intolerante de discriminação racial e o preconceito de cor, reprimida pelas
convenções sociais do Brasil que não admite tais manifestações se libera numa
situação de homogeneidade de condutas.
Nunca
será demasiado lembrar que a censura à exposição pública do racismo ditada por
convenções sociais no Brasil não significa que a nossa sociedade não seja
preconceituosa. Como diz, meu amigo Carlinhos Eletropaulo, o Brasil é o país
do paradoxo.
Confira o Tomo 1 dessa série:
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