Na
última semana de Dezembro que passou espocou nas redes sociais a prisão de dois
policiais da UPP do Morro de São Carlos, no Estácio, Rio de Janeiro, por
roubarem R$ 540,00 de uma mulher, que seria mãe de um traficante local. A cena
do roubo em que um dos agentes do Estado enfia a mão no bolso da mulher,
surrupiando a quantia, se alastrou em efeito viral na grande rede e serviu de
prova inconteste para incriminação dos PM’s.
Veja
o vídeo clicando no link abaixo:
Essa
inversão de valores, onde agentes públicos que tem como função primordial
evitar crimes, cometem-nos, reflexo da sensação de onipotência que vem junto a impostação
da autoridade, o que no Brasil equivale ao ‘posso
tudo, pois nada me atinge’.
Isso
não é coisa de nossa época, não é exclusividade do agora, esses achaques vêm de
tempos outros, de um Brasil Império, nas brumas de mil oitocentos e lá vai
bolinha, conforme informa o historiador André Rosemberg, pesquisador do
Departamento de Sociologia e Antropologia da UNESP, Campus Marília, no livro Chumbo e Festim - Uma História da Polícia
Paulista no Sinal do Império.
Charge de Nani |
Rosemberg
relata o caso, dentre outros, de Amaro José Dias, membro do Corpo Policial
Permanente, uma corporação que atuava nos limites estaduais, o que seria a Polícia
Militar de hoje, e que, por sua conduta incorrigível fez com que o comandante-geral
enviasse um ofício ao presidente da província de São Paulo (o governador dos
dias atuais), pedindo para que o soldado Amaro recebesse a baixa da Corporação
e ainda sugeria que ele fosse recrutado às Forças Armadas.
O
policial era acusado de furtar um cordão de ouro e um relógio. Em sua fé de
ofício, uma espécie de ficha pessoal, adicionavam-se casos de embriaguês em
serviço, brigas, arruaça no desempenho da função, faltas injustificadas,
contrabando de cachaça, insolência e insubordinação.
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