"Devem ser, aproximadamente, quatro e meia da manhã. Tanto a igreja como a vendola estão com as suas portas cerradas. Vem de longe o som dos atabaques dum candomblé distante, no toque de Iansã. Decorrem alguns segundos até que Zé-do-Burro surja, pela rua da direita, carregando nas costas uma enorme e pesada cruz de madeira. A passos lentos, cansados, entra na praça, seguido de Rosa, sua mulher (...) Zé-do-Burro vai até o centro da praça e aí pousa a sua cruz, equilibrando-a na base e num dos braços, como um cavalete. Está exausto. Enxuga o suor da testa".
O PAGADOR DE PROMESSAS - Dias Gomes
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