Hoje dia 2 de fevereiro, dia de
Iemanjá e me deparei com a foto que posto abaixo de uma campanha publicitária
pouco feliz da Dulorem.
Rainha do mar, guardiã da água
salgada. Deusa do panteão iorubá. Na mitologia nagô, Filha de Olocum, o Senhor dos Mares, é a grande matriarca do
Orum, morada celestial dos Orixás, entes da natureza, cultuados na África
Ocidental, onde hoje são a Nigéria e o Benim, além de países com forte
influência da Diáspora Negra como Brasil, Cuba onde é chamada de Yemayá, em Trindad-Tobago é Emanjah, na República Dominicana, Agué Toroyo e no Haiti, Maitresse Erzili e Agoué. Vinculada à maternidade Iemanjá
zela também pelas faculdades mentais superiores, como a memória, o intelecto e
a cognição. O culto a Iemanjá se originou entre o povo Egbá, no centro-oeste do país ioruba, segundo o pesquisador Nei Lopes.
Um dos orixás mais populares do
Brasil (sempre lembrada nas festividades de virada de ano) eternizada em
canções, filmes e novelas, é também símbolo do desrespeito e menosprezo com que
a cultura negra é tratada no Brasil.
Alvo de um processo de
embraquecimento, qual Jesus Cristo concebido um louro, de olhos verdes, a deusa
africana é apresentada comumente como uma sereia de traços eurodescendentes,
com cabelos lisos, levemente ondulados, pele alva e feições caucasianas. Há
quem afirme se não fosse esse embraquecimento a popularidade e aceitação de
Iemanjá na sociedade brasileira não seria tão ampla.
A campanha de lingerie da Dulorem
apresenta uma Iemanjá branca dessacralizada com um ar sedutor. Seria alusão ao
poder de encantamento e irresistível sedução da sereia, entidade folclórica
associada à Iemanjá, o que não serve como desculpa para tamanho desrespeito.
Na mesma toada lembro do axé pop
de Pepeu Gomes, recentemente regravada e que foi tema de abertura de novela da
Rede Globo.
‘Sexy Iemanjá
Tudo haver com o mar
Essa noite vai ter lua cheia’
A Rainha do Mar, Grande Mãe,
ocupa o mais alto patamar na hierarquia das deidades iroubanas, acima de outras
iabás (orixás femininos) como Oxum, Iansã e Nanã. Iemanjá está para os
candomblecistas e umbandistas o que Nossa Senhora está para os católicos.
Imaginem o bafafá,o deus nos acuda se invés de Iemanjá, expusessem uma santa do
catolicismo.
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